Sobre Alexandra Barros
Aos 15 anos decidi que queria ser psicóloga, mesmo não sabendo bem o que fazia um psicólogo, mas sabia que queria ajudar crianças desprotegidas. Comecei o curso em 1997 e terminei em 2002, com estágio académico e tese final no âmbito do autismo, a minha primeira grande paixão.
"Não pensem que serão psicólogos no final destes 5 anos. O diploma é a autorização para começarem a estudar". Apesar do choque inicial, reconheço hoje que foi uma das maiores verdades que ouvi sobre a nossa profissão e que abriu caminho a um forte investimento na formação continua especializada.
Entre 2003 e 2006, fiz estágio pós-curricular em contexto hospitalar e participei num projeto de investigação no âmbito do autismo. Entre 2005 e 2013 trabalhei no contexto das necessidades educativas especiais, mas as barreiras pedagógicas, sociais, económicas e burocráticas a uma escola verdadeiramente inclusiva venceram a minha resiliência, levando-me a decidir, dedicar-me apenas à clínica privada.
Iniciei prática privada em 2003, com supervisão de orientação psicanalítica, que foi sempre a base da minha intervenção, apesar de só em 2015 ter decidido formalizar a minha formação especializada em psicoterapia psicanalítica, um percurso que, na verdade, nunca acaba. Acho redutora uma só visão psicoterapêutica, e não me faz sentido separar corpo e mente, psicológico e fisiológico. Passei antes por abordagens consideradas incompatíveis com a psicanálise, com três pós-graduações em neuropsicologia e especialização em EMDR de adultos e crianças, que não exerço pois não me identifico com esta última abordagem.
Fiz formações menos especializadas em hipnose clínica e em psicodrama. A nível de psicoterapia pessoal, fiz psicanálise e análise bioenergética.
Sou psicoterapeuta psicanalítica, mas danço com outras perspetivas e técnicas. Há quem diga que não é psicanálise. Diria Coimbra de Matos que os psicoterapeutas não devem ser ovelhas e que a psicanálise não deve ser um dogma.
Durante quase uma década praticamente só trabalhei com crianças e adolescentes, e no âmbito do bebé e da parentalidade. Nunca me imaginei a trabalhar com adultos, mas nunca me fez sentido fazer clínica infantil sem um trabalho de proximidade com os pais. E foi nesta escuta que me fui apaixonando também pela psicoterapia com adultos, que é atualmente o principal foco da minha prática.